Perfeito para mim

Ventava uma viva aragem por diante das estrelas que abrilhantavam a noite, jamais uma noite qualquer, a nossa noite.
A noite em que eu jurei não te voltar deixar fugir, não te voltar a perder. Deliciar-me com o instante sempre foi a minha regra, e fazê-lo valer a tua.
Tu eras o meu sonho. Eternamente cómico, com um eficaz e aperfeiçoado sentido de humor que me fazia arrancar risos inocentes, longos e cristalinos; direto quanto baste para dizer que engordei uns quilinhos sem ferir, convidando-me para correr; puro, sincero e sem segredos para mim, só comigo; não me mentia, unicamente uma vez em que me levou a conhecer a sua família dizendo que íamos jantar fora; romântico q.b.; um pouquinho ciumento mas nunca obcecado; era o melhor amigo de sempre, jogava comigo, levantava-me só para eu conseguir colocar a bola dentro do cesto de basquete e facilitava só para eu celebrar a minha vitória; fazia tudo para me esboçar sorrisos, fazia cocegas intermináveis mas parava quando eu o beijava, não me gritava aos ouvidos, salvando aqueles ataques de loucura em que parava o veículo no meio da rua, e subia para cima dele e gritava ‘’ Eu amo-te!’’ ; a cumplicidade que tínhamos arquitetado, fez com que ambos soubéssemos o que um ia dizer mesmo antes de o dizer, acabando quase sempre falando em coro; a liberdade que ambos dávamos um ao outro, cada um com o seu espaço, sem controlar, sem pressionar, e sempre a respeitar cada decisão e aceitar cada escolha.
Era tudo perfeito, mas complicado. Namorava-mos as escondias, vinhas todas as noites dar-me um beijo à janela. Era o nosso segredo. Um segredo que foi impossível de manter.
Mas nós sabíamos o que tínhamos de fazer. Não fomos fracos, mas pacientes e prometemos, mesmo sem crer, aguardar o tempo que fosse preciso para que nada nem ninguém fosse impedimento para nós. Fizemos essa escolha por termos a certeza que o nosso amor ia aguentar. E estávamos certos.
 Por ápices e extensos anos, seguimos trilhos que nem por sombras se encontravam num pestanejar de olhos, mas mesmo sem crer trocávamos uns olhares apinhados de saudade.
É verdade que eu marquei o teu número muitas vezes, mas nunca cheguei a ligar. Escrevi muitas mensagens, mas nunca cheguei a enviar.


E porque? Porque sei que a espera vai valer a pena, e prefiro morrer a esperar pelo que amo, do que ter sem amar. 
Sem dúvida serás sempre o melhor de mim. 7-5-12.

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