Silenciosamente abro a janela fecho os olhos e desfruto do silêncio profundo desta imensa escuridão. Abro os olhos, e tristemente me apercebo que hoje não há estrelas no céu, mas há relâmpagos ao longe.
A tua ausência deixa-me completamente vazia, contrariamente ao que a tua presença me faz.
O meu quarto fica mais vazio, são só umas simples quatro paredes brancas opacas. Consigo ouvir o eco das nossas gargalhadas por segundos, e voltar a imaginar-te aqui enche-me o coração.
Os teus pensamentos baralham-me, a tua voz aquece-me, e o teu abraço faz o meu coração disparar. A tua presença completa-me e a tua ausência magoa-me.
Todos os momentos que vivemos até hoje são tão únicos e especiais quanto cada palpitação do meu coração a ver-te sorrir.
Não existe quotidiano ou rotina, se existe é o sentimento que tenho por ti que se mantém a cada dia que passa.
Cada dia é um novo dia, e dia a dia vamos construído uma história, vamos aprendendo com os erros, vamos aprender a viver com a maneira de ser de cada um. E a isso chama-se amor. Um processo mútuo de paciência, de aprendizagem, de dedicação, de respeito, de confiança e de muitos outros aspectos que só quem o vive o consegue sentir e sabe que é impossível de descrever.
Eu só quero que tu e eu sejamos todos os dias uma nova história, que a nossa cumplicidade nunca se perca, que o teu sorriso nunca se apague, e que tu sejas sempre aquele homem por quem eu me apaixonei no primeiro segundo.
Tenho saudades tuas e com elas vou sempre ficar. Perdida na dor da tua ausência, fascinada por uma história que vou relendo todas as noites ausentes.
O tempo agora passa cada vez mais devagar, quanto dantes o relógio voava. 

O sono começa a cair sobre mim e debilmente me recosto às almofadas que outrora foram tuas por momentos. E deixo o sono apoderar-se de mim, na esperança que quando voltar a abrir tu estejas novamente aqui a acariciar-me suavemente, brincando com os fios do meu cabelo, tranquilizando-me com aquelas carícias tão tuas e lentamente te aproximavas de mim, e dizias ''amo-te'' ao meu ouvido, nesse momento o mundo parava e eu tornava-me apenas tua durante a nossa eternidade.
O amor tem destas surpresas, e todas as vezes que pensares que mudei, estás a pensar errado. Eu não mudei, tornei-me uma pessoa melhor. E isso não te devia abalar ou confundir, devias permanecer radiante por possuíres a graça de conceber esta proeza.
Usufruo deste momento para uns pequenos, gigantes agradecimentos, que tu mereces distintamente. Obrigada por todos os momentos em que estiveste comigo sempre que eu mais precisava, obrigada por todos os abraços que me deste quando eu menos merecia. Obrigada por confiares em mim, por me fazeres feliz, por estares do meu lado passado 427, com o mesmo, o mesmo amor, o mesmo carinho, de quando nos beijamos pela primeira vez. Obrigada por todos os miminhos, por todas as simples mensagens de boa noite, e de bom dia. Obrigada por todas as tradições fomos criando, ainda hoje termos o prazer de as continuar a cumprir. Hoje continuo com a certeza que faz sentido amar-te. Obrigada pela tua paciência descomunal que sempre nos manteve de pé, obrigada pela tua confiança, estima, amor, e carinho que sempre tiveste por mim.
Mas há coisas que não valem de todo tempo que perdemos com elas. Não vale a pena desgastar relações, pessoas, mentes, com dilemas inúteis que não valem um segundo da nossa atenção. Vale a pena sim gastar pessoas com amor, beijinhos e carinho. Não vale a pena gritar, discutir, arranjar confusões, com a pessoa que nós mais queremos ver sorrir, feliz, e ao nosso lado. Vale a pena sim perder tempo, a fazê-las sorrir, a contribuir para tornar o seu dia melhor. Não vale a pena afastar de nós quem nós só queremos perto. Vale a pena sim aquecer-lhes o coração com todo o amor que merecem.
Por isso tudo e algo mais, eu tornei-me um indivíduo melhor, por não valer a pena ser assim para ti, não faz sentido, não existe lógica sequer, e desculpa todas as vezes que assim fui para ti, mas isso acabou.
E eu só tenciono aproveitar a teu lado tudo de bom que a vida nos reserva, quero continuar a ser a tua princess, quero continuar a adormecer no teu ombro, quero correr para os teus braços, quero dar-te beijos sem fim, quero que sejas eternamente o homem perfeito, que me complementa, que me faz feliz. Quero que tudo o que é tão nosso e tão bom nunca se perca.
É tão bom ter um namorado, um amigo, um amante tudo na mesma pessoa, fico feliz por te ter encontrado. Percorria o mundo se fosse preciso para te encontrar. Surgiste por acaso, apaixonar-me não estava arquitetado, és um orgulho. Claro que possuis as tuas imperfeições, como eu tenho as minhas, mas amar é mesmo isso, aceitar em absoluto tudo o que o outro é, e eu aceito-te do jeito que és, com tudo de bom e de mau.
Não vou perder mais tempo com coisas que não valem a pena. Vou usufruir do tempo da melhor forma, feliz, apaixonada e a teu lado.
Amo-te muito meu amor, como da primeira vez que te vi. Amo-te cada vez mais, e que um dia o nosso amor se multiplique.

Um beijo grande, terno, e apertado meu mais que tudo. 
R. <3 

Permanecemos distantes e ainda assim te sinto perto de mim. Como se o calor dos teus braços envolvesse o meu corpo num abraço apertado, e a tua mélica voz me murmurasse as mais sublimes promessas de amor. Cativas-me, e eu já não consigo contestar isso.
Todos os dias eu tento, distrair a tua ausência, mas ela faz-se sentir cada vez mais onde devia estar a tua presença. E eu não aguento continuar a ter-te distante de mim. Dou por mim à procura do teu fascinante sorriso por entre as multidões, mesmo prevendo que jamais o encontraria ai, porque tens um sorriso que não encontro em mais ninguém. Dou por mim a redigir encantadoras cartas, em folhas ténues e beges, com um beijo marcado a batom no fim de todas elas, e guardo-as.
Deparo-me com uma fotografia, e por intermináveis ápices nos imagino-nos lá.
Era o primeiro dia de primavera. E ela enlaçava cada raio resplandecente que caía do céu e aquecia os nossos espíritos com uma aragem gelada que nos fazia rodopiar com as flores que povoam as melancólicas árvores. Elas caíam até nós e envolvíamos numa agitação interminável ao timbre de uma elementar aragem, uma aragem de primavera abarrotada de felicidade, esperança e persistência.
Prosseguíamos, caminhando apaixonadamente, lado a lado, sentindo a ternura da tua mão aconchegada na suavidade da minha, enquanto deslumbrávamos serenamente a essência em nosso redor. O teu ombro esquerdo, robusto e amplo, suportava delicadamente o meu cabelo, e tu cuidadosamente te amparavas sobre ele, como se tivéssemos deitados um sobre o outro no teu ombro. Eramos o pilar um do outro. Enquanto estava apoiada no teu ombro, sinto o aroma incomparável do teu perfume, sinto o calor que foge do teu corpo e me faz querer estar cada vez mais junto a ti. Conseguia sentir o teu coração a bater depressa.
E tu desapareces lentamente, entre a vontade de te ter e a distância que nos separa.



Sinto-me apaixonada.
Hoje está um dia triste, a chuva frígida não para de sair das nuvens sombrias, as suas gotinhas agridem a minha janela tenuemente, numa melodia melancólica e repetitiva. O céu está encoberto e grisalho. E eu estou deitada na cama, com os pés para o lado das almofadas, a ler '' A rapariga no comboio''. Definitivamente não é o meu género de livro, mas resolvi sair da zona de conforto. E estou apaixonada.
Apaixonada sim. E quando escrevo, leio, ouço, penso, nessa palavra, penso em ti.
Sim em ti. Penso em como era bom bateres-me a porta, com um DVD qualquer, e umas pipocas doces e coloridas e passarmos este dia triste embrulhados no amor dos nossos corações. Apetece-me ir para o meio daquela imensidão de gotinhas inumeráveis contigo, e beijar-te interminavelmente enquanto as gotas escorregavam do céu e nos molham completamente, e mesmo assim não nos importamos e continuamos perdidos na nossa bolhinha, no nosso mundo, abraçados e apaixonados.
Tenho saudades e continuo apaixonada ao imaginar esse cenário.
Adoro cinema, e tenho saudades de lá ir contigo, de estarmos na última fila, com as pernas esticadas nos bancos da frente, e com a minha cabeça encostada no teu peito, como é hábito nosso.
Tenho saudades de dizer coisas sem nexo, de rir sem porquê, de te ligar porque sim, de te beijar porque quero, de te abraçar para sentir o teu coração a palpitar e cada batimento acelerado.
Apaixonada e com saudades.
Saudades de percorrer aquele caminho i
nfindo todas as horas de almoço, todos os finais de tarde a ver o pôr-do-sol, contigo, de mãos dadas, nas nossas conversas e pensamentos diferentes que acabavam pensando o mesmo. Em nós.
Com saudades e apaixonada.
Apaixonada por ti e por cada traço díspar do teu coração, por cada artéria distinta, por cada palpitação atropeladamente forte, por cada sorriso e abraço espontâneo, por cada beijo amargo e quente, pela tua voz ténue que eu adoro ouvir nestes dias gelados, que me aquecesse por dentro e faz o meu coração bater de novo com um suspiro de beijos.
Apaixonada e sem promessas.
Não quero prometer-te o mundo, quero contruir o nosso mundo contigo. Não quero prometer-te amar-te para sempre, quero apaixonar-me a cada dia. Não quero prometer-te um beijo, quero que me o roubes sem motivo. Não quero prometer-te um sempre, quero amar-te perpetuamente.
Apaixonei-me por ti, e como consegues fazer-me apaixonar por cada risco do teu corpo, por cada pedaço da tua mente, por cada beijo dos teus lábios.
Tenho saudades de ti, saudades incontroláveis sem fim, porque te amo a cada segundo.
A chuva já parou, o dia continua cinzento, mas o meu coração já bate mais feliz por te ter seu lado.
És sem dúvida o melhor de mim.

R, 11.
Acendo lagrimante o cigarro, o último de hoje talvez. 
Ainda é cedo mas tento perder-me ingenuamente no tempo.
Suavemente observo as nossas fotos, as últimas que ainda protejo, contemplo-as detalhadamente. E apago-as fortemente.
Desejava apagar-te tão facilmente como as apago, mas não é realizável, e mesmo que fosse jamais possuiria ousadia para o fazer, para me esquecer de ti.
‘’ Se os beijos não acabam, as histórias também não.’’ Era a palavra-chave para escutar um conto de fadas narrado por ti, onde nós éramos as personagens principais que concebiam juras de
amor eterno. E eu permanecia, com a cabeça ténue no teu peito cálido, presa a ti e por ti, enquanto tu me misturavas calmamente o cabelo e me embalavas na melodia da tua voz amena.
Por momentos disfarçava que já permanecia a dormir só para escutar aquelas promessas que desprendias tão maravilhosas que me cativavam.
Desejava já não te amar no escuro do silencioso deste ruidoso quarto, mas não estou pronta. Não tenciono deixar-te sair de mim. Mesmo sem tu estares eu ainda te sinto aqui. E é essa presença que me faz acreditar nisto, no amor.
Adorava todas as vezes que tu me tentavas fazer surpresas e eu fazia de tudo para te persuadir.
Adorava poder saltar velozmente para o teu colo gelado e tu agarrares-me sempre e beijares-me gradualmente, petiscando cada entrelaçar.
Adorava e adoro, porque os meus sentimentos ainda são presentes, tal como tu ainda és.



Regresso saudosamente à praia e solto tudo no chão descuidadamente. Dispo os fatigados saltos vermelhos num ápice, retiro o caderno da mala e a esferográfica dourada e faço uma corrida silente com os incalculáveis grãos de areia até a beira-mar.
É lá que me inspiro e que ainda hoje revejo tudo, e traço cada instante nosso em cada linha minha.
Voar contigo não era impossível, porque tu fazias-me acreditar nisso, seguravas suavemente em mim e instruías-me. E eu venerava voar subtilmente nos teus ásperos braços, e pousar nos teus lábios amargamente silenciosos.
Admito porque é uma verdade indestrutível, tu eras um dom. Que não nasceu comigo, mas para ficar comigo.
Dificilmente irei esquecer. Tu eras uma insónia ténue. A tua voz mantinha-me apaixonada, o teu abraço mantinha-me quente, e o teu coração mantinha-me tua.
Não sei se me perdi contigo, ou se me perdi em ti. Inspiras-me intensamente, pior inspira-me a narrativa proibida que possuímos.
Deixa-me redesenhar cada fio do teu corpo robusto nesta folha branca até a arte deixar de ser uma desculpa para poder olhar para ti e o amor uma razão para te poder sentir perpetuamente.
Mas por incrível que pareça, sempre nos cruzamos, ingenuamente olho para trás e tu similarmente olhas, e é nessa saudade que nos intersectamos vezes sem fim
A beira-mar começa a descer calmamente, a areia começa a surgir.
Enlaço os últimos raios cintilantes de sol que em tempos aqueceu os nossos espíritos com uma brisa gélida que nos fazia rodopiar com os grãos de areia. Eles desabavam entre nós e envolvia-nos numa agitação interminável ao timbre de uma elementar brisa, uma brisa apaixonante, incrivelmente apaixonante.

É um passado presente em que eu permaneço eternamente tua, com uma promessa para toda a vida, amar-te até ao meu último suspiro. 

Ingenuamente estou a comemorar esta maravilhosa insónia, pois resolvi novamente escrever para ti.

Perdi-me na praia, perdi a minha aliança, perdi o amor, encontrei uma liberdade diferente, tirei calmamente cada peça do meu magoado corpo com todo o cuidado para não o ferir mais, e entrei no mar subtilmente mas de uma só vez. E lá no fundo do mar consigo harmonizar-me contigo e sentir aquela brisa gelada das ondas ténues que me enchem o coração de gotas salgadas e pesadas, enquanto saiu do mar. Passeio descalça por entre aqueles grãos que me aquecem as mãos e chamam por ti, como quem chama pelo sol num dia de chuva intensa e fortificada.
Sinto a tua falta, mas jamais me irás ouvir dizer isso. Sou apaixonada o suficiente para guardar isso só para mim, porque o meu orgulho não autoriza que voltes, mas o meu coração só quer ficar contigo. 

Mas não dá.

Não dá para continuar a adormecer no teu colo no sofá e despertar nos teus braços agarradinhos e quentinhos a respirar para o teu peito na tua cama.
Não dá para continuarmos os dois a fumar um saboroso cigarro naquelas conversas infindáveis de horas a fio na tua varanda até o ligeiramente sol nascer e os teus vizinhos despertarem para irem trabalhar.
Não dá para continuar a confecionar os deliciosos grãos de arroz que tu tanto amaste.
Não dá para continuar o nosso plano poético das sextas que se tornou irrecusável.
Não dá para não assistir à minha série na tua casa sempre depois das aulas.
Não dá para às terças e quintas, pelas 08:2e pouco, naquela rua estreita e melódica, eu ir a deslizar para ti e pular para o teu colo robusto onde te beijo suavemente.
Não dá para continuarmos a tomar banho os dois e enxugarmos o cabelo perfumado em separado.
Não dá para fazer aquela carinha de chateada que tu tanto pedes.
Não dá para sentir mais aquele aroma tão teu que me dá a volta ao pensamento e ao corpo.
Não dá para continuar a ir para aquele terraço onde estão tão memoráveis momentos e tantas estrelas cintilantes.
Não dá para voltar mais ao spot que eu rubriquei.
Não dá para passar naquele túnel ruidoso e ter que bater naquilo com a aliança.
Não dá para tirar a aliança, ela não sai.
Não dá para eu permanecer. Não dá para dizer que te amo.
Não dá para continuar a fazer a tua casa da nossa.
Não dá para me continuar a perder nas horas, nas conversas, nos beijos, em nós.
Mas no meio de tanto não dá, só penso em tudo o que poderia dar e não deu.

Nesta altura de outono, a esta praia costuma ser fria, eu já devia estar a gelar, mas ao reviver tudo o que já vivi ao teu lado, tudo o que já aqui compus e tudo o que ainda guardo para mim, sinto-me quente e com saudades de ti.
Tira todos os nãos que eu escrevi, e lê novamente. Porque juntos tudo dá.
Apaixonas-me e é essa paixão que me faz querer sempre mais de ti.
Toma conta de mim.


Querida Coimbra,

Ainda te lembras de mim?

Adiei esta carta muito tempo, e guardei-a de selo posto, escondida debaixo de uma pedra perto dos correios,  mas chegou a altura de a enviar.
Sim. Era naquele banco da estação ruidosa de Coimbra-B que eu esperava solenemente quase todas as sextas-feiras ao final do dia, por um comboio que me levasse para Caldas. E quando chegava domingo e eu tinha que voltar, era a viagem mais rápida, a mais sofrida de sempre. Admito que muitas vezes perdi o Comboio de Caldas-Coimbra só para poder passar mais uma noite cá, mais umas horas com a minha família, só para poder cá jantar, só para poder ver os olhos da minha mãe a brilhar, mas admito também por trás do meu regresso semanal a Coimbra estava sempre uma viagem inundada de lágrimas amargas e intermináveis. No entanto, agora percebi que é aí que eu pertenço.

Coimbra deu-me tudo o que eu nunca vou esquecer, deu-me a verdade crua e dura da vida. Pôs na minha vida pessoas incrivelmente inesquecíveis, pessoas genuínas, pessoas com verdade, pessoas com vida.

Dia 2 de Agosto de 2011, cheguei eu a Coimbra carregada de malas saudosas e quebradiças, e parti exatamente no dia 26 de Junho de 2014. Vivi ai apenas três anos, mas sinto-me como se tivesse ai pertencido a minha vida toda. Eu respiro Coimbra. Caldas é a minha casa, mas Coimbra é o meu orgulho e o meu grande amor, e as saudades que já tenho são impressionantes.

Conheço Coimbra como a palma macia da minha mão, conheço cada rua da baixa de Coimbra. Jamais me vou esquecer do caminho para aquele lugar no parque verde da outra margem do rio, da ponte Pedro e Inês que me levava ao meu destino perto do recinto da queima das fitas. Ai era o sítio mais aconchegante de Coimbra. Eu adorava estar, junto da margem calma do rio, onde eu enchi tantas folhas com mas e porquês, onde eu atirei pedras ao mar, onde eu ouvia a minha musica, era ai onde eu encontravam solução a tudo, era como se o Mondego fosse um psicólogo mudo, que me limpava a alma.

As pessoas de Coimbra são diferentes, e obrigada por isso. Arriscaria a dizer que é um mundo diferente, e quem lá vivi sabe bem do que falo. Para ser de Coimbra não é preciso lá nascer, basta lá viver, e sei que há muitos de vocês que entendem o que eu quero dizer. Por onde passei fiz sempre amizades que levo para a vida, ganhei carinho por todos. Mentiria se dissesse que vim chateada com alguém, ou que guardei rancor, porque não é verdade. Obrigada a todas, e não preciso de referir nome ou nação porque todas elas sabem bem quem são.

Em Coimbra encontrei tudo, Coimbra preparou-me para realidade da vida, preparou-me e ensinou-me que nem todas as pessoas tem um coração puro e genuíno, que algumas são más e horríveis, falsas até mais não, que são pessoas que eu não quero na minha vida, ensinou-me a lidar com isso e preparou-me.

Tenho saudades de todos aqueles autocarros laranjas que percorriam a cidade, e que chegavam sempre atrasados e a abarrotar de gente, principalmente o 33 às 8h, era como se fossemos numa lata de atum meia aberta. Tenho saudades de apanhar o 24t e dar uma volta, só mesmo para espairecer a cabeça e des (cobrir) Coimbra. Tenho saudades de apanhar uma chuvada enorme daqueles dias invernosos e gelados. Tenho saudades de todas as pessoas que me amaram e me fizeram feliz. Fiz amizades em Coimbra que ainda hoje guardo, e não é a distância que as destrói, porque quando as pessoas querem, não são km que as afastam, mas sim que as unem na esperança de um reencontro. Tenho saudades das minhas confidentes. Tenho saudades de.. No final de tudo, tenho saudades tuas Coimbra!

Coimbra terá sempre um lugar especial na minha vida. E um dia vou voltar ao lugar que mais feliz me fez. Porque, sempre que eu estava naquela estação ansiosa pela chegada do comboio eu só sabia o que era ir e voltar, agora sei que o que doí mesmo é ir e não regressar.
Um até será sempre suficiente para Coimbra eu recordar. Coimbra terá sempre mais encanto na hora da despedida. Mas como disse, não é o fim, eu voltarei. 

Um beijo de saudade eterna Coimbra, de alguém que nunca se esquecerá de ti.


São poucos os momentos, se não raros, em que não permanecesse constantemente com uma voz dentro da minha cabeça a proferir ‘’a minha mãe tinha razão‘’ ou ‘’ bem a minha mãe me avisou’’ de todas as vezes em que eu fiz algo que a minha mãe não autoriza-se. E quando dizem ‘’ não ‘’ e nós perguntamos ‘’ oh mãe, mas porquê?’’ e vem sempre a resposta típica do ‘’ porque não!’’. Mas esse típico porque não, não é só um porque não, vem sempre cheio de argumentos veridicamente fiáveis e indiscutíveis mas negociáveis.
É impossível explicar, é impossível determinar em que circunstâncias adquiriram este dom inquestionável da razão e de examinar o nosso futuro, não sei como, mas a verdade é que as mães o tem.
Parece que as mães pressentem continuamente tudo da nossa vida sem sequer nós lhes transmitirmos algo, basta ficarmos um dia mais ternurentos e a doar mais carícias que o habitual que percebem logo que algo de favorável aconteceu ou sofisticadamente vamos persuadi-las. Mas seguidamente igualmente há aqueles dias em que vamos direitos ao quarto e nem um beijinho lhes damos, não nos apetece lanchar, e proferimos ‘’ poupa-me mãe’’ como alguém bem pegado a mim declara.
E nesses momentos elas sabem constantemente o que é que nós carecemos. Por exemplo daquela fatia generosa de bolo de chocolate que nos faz abandonar a dieta por uma demorada fatia recheada daquela fragrância açucarada. Ou daquele diálogo que leva infindavelmente com a idêntica resposta ‘’ não se passa nada’’ contudo as mães sabem que se passa tudo, e lá nos fazem falar mesmo sem nós darmos conta. Ou daquela melodia que nos faz erguer da cama e dançar até magoar a pontinha do dedo. Ou daquele conselho que por mais breve que seja é sempre demorado o suficiente para nos deixar a remoer durante noites a fio.
As mães tem sentidos que nós só vamos descobrir se lá chegarmos, pois ser mãe é profundamente mais que transferir ao mundo. E mãe não é só aquela que nos suporta 9 meses.
Mãe é toda a Grande Mulher que nos ama como se nos tivesse dado à luz, que era hábil de desviver por nós, que confeciona de tudo praticável e imaginário para que jamais nos falte algo. Mãe é aquela com quem pode estar tudo a correr mal, mas guerreiramente vai estar de pé e a batalhar para que tudo permaneça bem.
Ser mãe é ter aquele pressentimento de que algo correu mal, é ter aquele receio de nos perder ou que nos possa ocorrer qualquer coisa, é ver-nos sempre como se tivéssemos 5 anos, porque as mães só nos querem defender de tudo e de todos, jamais tencionam ver-nos a cometer idênticos erros que os delas e tentam-nos orientar. Ser mãe é ter constantemente o coração apertado e nas mãos sempre que estás longe dela. Ser mãe é ligar 30 vezes por dia e dizer ’’ estás bem? ‘‘. Ser mãe é abundantemente mais que dar o ‘’ sim ‘’ para saíres à noite. Ser mãe é ter permanentemente aquela coisinha quando trazes um amigo novo, ou um namorado, porque tu és a coisa mais magnífica deste mundo e ela não te quer esbanjar ou soltar em mãos que não crê. Para uma mãe, tu não és o melhor do seu mundo, és o mundo dela. Ser mãe é ser aquela voz que nos consola com um simples '' estou aqui, vai tudo correr bem''.
 Ser mãe é passar noites em branco a cuidar do seu filho. Ser mãe é a meio da noite despertar e cobrir-nos nas noites gélidas de inverno. Ser mãe é oferecer-te o melhor dela, sem nunca pedir nada em troca. Ser mãe é ser muito mais para além daquilo que eu descrevi aqui.

As mães são as únicas que quando tudo correr erradamente, nunca nos vão desamparar, porque mãe é imensamente mais para além disso, mãe é estar lá sempre lá mesmo quando nos menos merecíamos. E só uma mãe sabe o que é ser mãe, e um dia espero saber isso.
E eu agradeço-te a ti, mãe por tudo o que fizeste por mim, por teres lutado pela tua vida, por ti e por nós.
Amo-te incondicionalmente e para sempre, porque o amor de mãe é o único que não morre.







A chuva parou de deslizar do céu em forma de lágrimas mudas e enxurradas de insignificância. O frio glaciar parou de arrepiar cada pelo do nosso cadáver gelado e rugoso. E o sol esboçou um sorriso sereno e pacífico no nosso rosto saudoso.
Os meus melancólicos olhos verdes deslumbram-se silentemente. Estou sentada naquele banco vermelho e estilhaçado com uma fragrância tristemente apaixonante onde as promessas eram intocáveis e os beijos insaciáveis.
Olho para o lado, como se tu ainda permanecesses aqui, com o braço robusto e áspero por cima dos meus ombros finos, transportando um aroma de mel, tão açucarado quanto tu, a aconchegar-me subtilmente como se nada nem ninguém me pudesse magoar. E na verdade não podiam, tu estavas lá.
O tempo não para mesmo quando nós paramos. O tempo não volta atrás como nós às vezes tanto desejamos. O tempo só se vive uma vez, não há replay. Por isso quando o tempo passar por ti, agarra-o, solta-o e desfruta-o ao máximo. Para que nunca desejes voltar atrás e repetir esse momento. Porque mesmo que desejes, não vai acontecer.
Não te inquietes com aquilo que os outros raciocinam ou afirmam de ti, porque nada desses ruídos te elevara ao auge da felicidade, são apenas vozes a desafiar o teu limite e as tuas capacidades. Luta pela tua felicidade e não a deixes de viver por alguém. Luta pelo amor, porque só o amor dá significado à vida. 
Diz que me amas. É só isso que eu preciso de ouvir para largar tudo e ficar contigo.
Eu adorava, adorava acordar pela manhã já quando o sol se encontra bem no topo do céu com uma voz delicada e apaixonada que pronuncia ‘’ bom dia meu amor’’. Adorava sentir o calor do teu corpo e das tuas mãos naqueles dias em que o meu corpo se assemelha a um iceberg. Adorava quando te ligava só porque sim, sem mas nem porquês. Ninguém é de ninguém, mas nos mesmos sem crer somos um do outro.
Como será quando aceitares passar uma vida a meu lado?



És o meu porto seguro.
Toma conta de mim.
Amo-te.


Regresso silenciosamente a casa. Subo as intermináveis escadas enrugadas, e desabo sobre as movíeis almofadas colossais que instalei no teu lado da cama, arrasto quase por obrigação os íntimos lençóis que tu outrora colocavas tenuemente para trás. Jamais ponderei que um descomplicado hábito para adormecer fosse capaz de ser tão maldoso para com o meu apaixonado coração despedaçado, ou de tu seres o melhor até em pequenos factos. Os teus corpulentos braços aromatizados pela fragrância do meu batom eram as minhas ternas almofadas e o teu frágil corpo morno os meus lençóis gelados, os teus lábios secos adormeciam-me contado fio a fio do meu infindável cabelo loiro nº8, enquanto as tuas mãos percorriam cada trilho do meu rosto.
A tua ausência fere cada poro dos meus lábios, cada palpitação do meu coração. Sem ti quase que me empurro de uma falésia só para cair num sono profundo.
O tempo não para mesmo quando nós paramos. O tempo não abranda mesmo quando nós prometemos não demorar.
E o meu problema é acreditar que o para sempre continua a não ser muito tempo.
E ingenuamente acreditar que tu estarias disposto a ficar comigo apaixonadamente durante uma pequena eternidade que poderíamos desfrutar melhor do que um interminável para sempre.
Finalmente adormeço calmamente. E em sonhos tentadores consigo ver-te chegar perto de mim. Consigo ver a tua expressão serena, longínqua e envergonhada. O teu cabelo natural e despenteado, aventuraria dizer que tinhas acabado de acordar de um sono profundo e remexido. Mas não passava tudo de um desgostoso sonho milagroso que me baloiçou num sono perfeitamente profundo, e nele conquistei as cavidades mais cerradas do meu infindável coração fragmentado. Demoradamente sem vacilar, lançaste-me sorrateiramente um sorriso resplandecente e provocante.
E aí perdi-me ligeiramente. Deixei-me esquecer de tudo o resto e mordi de novo os teus lábios. Permanecemos desaparecidos em sonhos incógnitos, baloiçados por um ruído escassamente cativante, contudo não era isso que me inquietava, eras tu. Sim tu. Incomodava-me a maneira de como mexias comigo, de como te rias constantemente de tudo o que eu inventava nos grãos de areia, de como me arrancavas do sério silentemente, e me tranquilizavas só respirando próximo do meu coração, da habilidade surpreendente que me fazias espalhar creme nas tuas pequenas ásperas mãos, da confiança que me transmitias só olhando-me nos olhos, do modo de como me agarravas só com um braço e me erguias. E percebes agora porque é que me inquietava? Porque eu adorava.
Adorava poder escrever sobre ti, adorava poder narrar-te em palavras que poetizassem enquanto as dito ao teu ouvido, adorava poder conhecer cada cicatriz do teu corpo, cada ressentimento da tua alma, cada ferimento do teu coração e poder sarar-te. Adorava saber de cor o sabor dos teus lábios, poder morder-te, tocar-te, e permanecer ali, no silêncio do calor dos nossos corpos. Jamais queria que fosses meu, apenas que ficasses comigo. E é por isto tudo e algo mais que não te posso voltar a ver. Tenho receio de te desejar mais do que aquilo que te posso ter. Serei sempre uma romântica clássica que tu seduziste no primeiro encontro. Mas não me quero esquecer de ti. Não quero destapar o teu passado, não pretendo que fales das tuas cicatrizes, ou do jeito de como pronúncias a palavra amor, não. São 4 da manhã. Deixei-me levar pela vontade de esquecer. Perdoa-me. Só desejo é que permaneças com o meu perfume nos teus lábios e os meus beijos no teu corpo. Atraís-me. E é essa atração arriscada que me faz querer mais de ti.

Toma conta de mim.


Não há manhãs iguais, não há rostos semelhantes, mas existem corações simétricos que encaixam tão mutuamente que unem os seus corpos num só. Era o nosso caso. Sempre que estava contigo sentia-me tão protegida, tão intocável, tão amada, tão única, tão tua. Era por isso e por tudo mais que me apaixonava por ti todos os dias.
Adorava quando acordavas primeiro que eu e ficavas a observar-me enquanto dormia e a misturar fio a fio do meu cabelo, lentamente de modo a  não me acordar, e assim que vias que eu estava a acordar interrompias e apressadamente simulavas que estavas a dormir, só para que eu te acordasse com carícias daquelas, tão nossas, tão boas.
Alguma vez tentaste conjugar neste tempo? Eu já me habituei. É o tempo em que vivo. Um passado que é presente.
Um presente em que já não permanecemos lado a lado ligado a um passado que eu não esqueci.
Sei que devia ficar feliz por ti, contudo não fico e parte-me inteiramente o coração ver-te com outra pessoa. Destrói-me ver que te esqueceste de nós. Sou incapaz de te dizer que espero que sejas feliz com ela, porque não é isso que eu quero. Porém foste capaz de seguir em frente, e é por isso que te dou felicitações. Eu também o fiz à minha maneira.
Prevês porque é que me coloco de costas para ti nas poucas ocasiões que te encontro naquele café? Porque tenho esperança que percas o orgulho e que caminhes até mim, e me cubras os olhos, e que eu sinta novamente o calor das mãos que um dia já se entrelaçaram nas minhas, que eu cheirei novamente o aroma dos teus beijos que por vezes ainda revivo saudosamente, e que encostes os teus lábios nos meus ouvidos e digas ‘’ também te amo’’.
Evito cruzar-me com os nossos lugares, mas quando cruzo, é impossível não relembrar da maneira que já fui feliz ali. É impossível esquecer-me daquele simples degrau que já me ergueu até ti para te conseguir roubar um beijo.


Vou fazer as malas.                                              E fiz,mas nunca tive coragem de partir com elas.
Vou rasgar as nossas cartas.                                 E rasguei, mas escrevi letra a letra de novo.
Vou atirar a tua roupa pela janela                         E atirei, mas de seguida corri pelas escadas com                                                                                                               medo que alguém apanhasse alguma peça.
Vou apagar-te do meu coração de vez.                 Esta foi a única que nem sequer tentei, tive medo de                                                                                                             o perder também.





Talvez já devesse ter feito isto há mais tempo, mas a despedida custa sempre, e despedir-me de ti dói, e muito.







Hoje é dia de te dizer que te amo.

A chuva parou de deslizar do céu em forma de lágrimas mudas e perfumadas de insignificância. O frio glaciar parou de arrepiar cada poro do nosso cadáver. E o sol esboçou um sorriso sereno e pacifico no nosso rosto. O inverno ainda não chegou ao fim, ainda não chegou a hora da despedida. Mas seria uma despedida tão justa e merecida.
Hoje é dia de despertar 5 minutos mais cedo que tu, e interromper o teu sono profundo com uns mélicos beijos madrugadores.
Hoje é dia de enquanto tomas duche, por a mesa na varanda e tomar-nos o pequeno-almoço com a aragem oceânica, desfrutando de um mar destemido e uma balada ruidosa. 
Hoje é o dia em que me vais transportar ao colo até à cama e me ajudas a eleger a roupa para levar. Porém em vez disso não resistimos em pegar nas almofadas e inaugurar uma batalha. Elas desabaram até nós e misturarmos-nos numa agitação infinita ao timbre de uma essencial brisa, em que me transferes escassamente a tua força para te conseguir empurrar fora da cama e triturar-te com todas as almofadas que consiga agarrar. Mas até assim consegues arrancar-me tudo das mãos, pegar-me e beijar-me. Usas uma força incondicionalmente forte, a força do coração. De seguida abandonámos o quarto e iniciamos uma corrida com o vento, em que o destino final é o mar. Distrai-me, contemplando a jeito único de como tu moldas a areia, passo a passo. Por ápices segundos chefiei a corrida, mais foi o suficiente para tu me pegares ao colo, correres mais rápido que nunca, escorregando pelos glóbulos de areia,  e entrarmos naquela água gelada. Não tinha frio, não tinha calor, tinha-te a ti. Era a certeza de que nada ia correr mal. E se corresse, estarias lá tu para me proteger. 
 Hoje é dia de me guiares de carro e repetidamente despedes-te de mim com a mão ainda dada inclusivamente enquanto eu tento abandonar o veículo, e tu levemente me puxas e instalas novamente dentro dele.
Hoje é o dia em que te vou cobrir de beijos macios, em que te vou dar o melhor de mim, em que vou fazer promessas de amor eterno.
Hoje é o dia em que vou novamente consentir apaixonar-me por ti, todos os dias até ao resto da minha existência.
Hoje é o dia em que vais regressar a casa, e vais andar devagar e cautelosamente, para não tropeçar nas velas que pousei no chão, ateadas, e que te sugerem o percurso até à sala. E lá me encontras, com a tua camisa branca vestida que me cobre por completo, há frente da lareira, com a nossa música num tom agradável e harmónico, a tomar um benigno vinho, circundada de pétalas de jasmim dispersas acidentalmente. E ai permanecemos, entre o calor da lareira e o calor dos nossos corpos fogosamente apaixonados. 
E lá ficamos, desejando que todos os nossos dias fossem como hoje.



Amor, sufoca-me nos teus braços fortes, pega-me ao colo e dá excessivos rodopios comigo. 
Beija-me sem parar e solta risos através de um amo-te autêntico.
Mostra-me que o amor é muito para além de cinco caracteres que satisfazem os contos de fadas, redige comigo uma narrativa verídica, faz-me amar, faz-me provar as maiores loucuras por estado de incontrolável e apaixonado de uma magnífica dose de genuíno amor, diz-me que estou admiravelmente linda, mesmo quando visto as tuas camisas enormes durante a noite, diz-me que sou sexy mesmo com a toalha do banho colocada, tira-me tudo e dá-me sempre a dobrar sem nunca parar. 
Quando acordar despenteada e sonolenta dá-me os bons dias daquele jeito que nós conhecemos, cozinha comigo e juntos criamos um prato delicioso e irrepetível, fuma comigo um cigarro terminável enquanto o sol calmamente se deita por entre os montes silentes, de seguida coloca-me no sofá, mexe-me no cabelo até adormecer, tapa-me, porque sabes que tenho imenso frio durante a fogosa noite que tu me asseguras. Diz-me que amas, as vezes que forem precisas até eu crer. Enfeitiça-me nesses teus olhos imparáveis e guarda-me. Faz-me ser tua  perpetuamente.


Entrega-te a mim e dá-me o melhor de ti. 
Não me deixes esquecer de nada, relembra-me de tudo o que fizemos até hoje, usufrui a meu lado o tempo que nos resta, não te quero esquecer, perdoa-me se o fizer.

Os teus braços não me deixam mentir, as lágrimas que por ali decaíram cada dia em que nos separávamos.
De como fazer amor não era um ato oco e sem conteúdo, mas um ato em que nos completávamos, em que o prazer e o amor eram um só, em como os nossos corpos se uniam num ritmo preguiçoso e desfrutável e se preparavam para uma imortalidade perfeita, onde ficávamos a restante da noite, onde o teu braço era a minha almofada preferida e introcável,e ali permanecíamos como se o amanhã não aparecesse, e em que o agora era o futuro constantemente ao teu lado.
Ventava uma viva aragem por diante das estrelas que abrilhantavam a noite, jamais uma noite qualquer, a nossa noite.
A noite em que eu jurei não te voltar deixar fugir, não te voltar a perder. Deliciar-me com o instante sempre foi a minha regra, e fazê-lo valer a tua.
Tu eras o meu sonho. Eternamente cómico, com um eficaz e aperfeiçoado sentido de humor que me fazia arrancar risos inocentes, longos e cristalinos; direto quanto baste para dizer que engordei uns quilinhos sem ferir, convidando-me para correr; puro, sincero e sem segredos para mim, só comigo; não me mentia, unicamente uma vez em que me levou a conhecer a sua família dizendo que íamos jantar fora; romântico q.b.; um pouquinho ciumento mas nunca obcecado; era o melhor amigo de sempre, jogava comigo, levantava-me só para eu conseguir colocar a bola dentro do cesto de basquete e facilitava só para eu celebrar a minha vitória; fazia tudo para me esboçar sorrisos, fazia cocegas intermináveis mas parava quando eu o beijava, não me gritava aos ouvidos, salvando aqueles ataques de loucura em que parava o veículo no meio da rua, e subia para cima dele e gritava ‘’ Eu amo-te!’’ ; a cumplicidade que tínhamos arquitetado, fez com que ambos soubéssemos o que um ia dizer mesmo antes de o dizer, acabando quase sempre falando em coro; a liberdade que ambos dávamos um ao outro, cada um com o seu espaço, sem controlar, sem pressionar, e sempre a respeitar cada decisão e aceitar cada escolha.
Era tudo perfeito, mas complicado. Namorava-mos as escondias, vinhas todas as noites dar-me um beijo à janela. Era o nosso segredo. Um segredo que foi impossível de manter.
Mas nós sabíamos o que tínhamos de fazer. Não fomos fracos, mas pacientes e prometemos, mesmo sem crer, aguardar o tempo que fosse preciso para que nada nem ninguém fosse impedimento para nós. Fizemos essa escolha por termos a certeza que o nosso amor ia aguentar. E estávamos certos.
 Por ápices e extensos anos, seguimos trilhos que nem por sombras se encontravam num pestanejar de olhos, mas mesmo sem crer trocávamos uns olhares apinhados de saudade.
É verdade que eu marquei o teu número muitas vezes, mas nunca cheguei a ligar. Escrevi muitas mensagens, mas nunca cheguei a enviar.


E porque? Porque sei que a espera vai valer a pena, e prefiro morrer a esperar pelo que amo, do que ter sem amar. 
Sem dúvida serás sempre o melhor de mim. 7-5-12.
A maré enche e esvazia, as ondas sobem e descem a praia, os grãos de areia limitam-se a rebolar sobre esta imensidão de gotas de mar.


O coração é fácil de encher de amor, mas quando toca á dor.. Não reage, paralisa no meio do trânsito matinal que Lisboa oferece em cada manhã, e fica por ali, sangrando de saudade, escorrendo lágrimas pela sua linhagem de glóbulos vermelho-brancos e deixa o tempo escoar, os carros a buzinar e o coração a apertar. Adormece perdido no vazio das buzinas, empurrado de pneus deslizantes e acorda de sobressalto quase de atropelão por um camião no qual os fortes são bem cientes e cintilantes quase que cega como a lua num dia pálido. Num impulso pressiona o acelerador com a mesma força que vira o volante, e o camião passa, impressionantemente sem causar nenhuma sequela.
Apertado, esmagado, enfraquecido esse amor quase que por segundos ocultar-se, mas quando tu menos aguardares e planeares ele acordara fogosamente, e nesse momento tens duas escolhas:
 1ª Apagas-o fortemente com a frieza pura de uma água salgada e gelada.
2ª Agarras-o, e usufruis como se o hoje não fosse assegurado e o amanhã não existisse.
Não garanto que obtenhas uma decisão, não te garanto que possas ser feliz, não te garanto que não sofras mais, não te garanto que esse amor seja imortal, apenas garanto que:





Afinal de contas, tudo se resume ao AMOR.


É algo inquestionável sem solução que martiriza-nos vigorosamente.
Há muito tempo que anseio esta carta destinada a ti. Sim tu que te perdes na contagem das tuas palpitações enquanto enrubesces de amor.
Meu querido, se tivéssemos sidos concebidos para pensar contigo, residirias bem cá no cume a convencionar companhia aos meus ziguezagues loiros.
Aí coração, não olhas aos delineamentos que nos levas, matarias por amor, suicidarias por dor. Fazes tudo por um simples carinho débil vindo de quem aquece as tuas bochechinhas com um sorriso, mas por vezes só olhas para as tuas ruas e não para as pingos que fogem dos esféricos olhos rechonchudos.
Vives no mundo da ilusão disperso entre as melancolias adormecidas no céu, tens asas e voas como um anjo divino endoidecido, só o ápice importa, as consequências? Mandas-as para ocultamente para o solo, como se não fossem o resultado dos teus atos.
És demasiado dócil, não tens voz mas falas, não tens tacto mas sentes, e não precisas de olhos para amar. Só tu tens a aptidão de absolver incondicionalmente e de amar perpetuamente.
A cabeça por vezes faz com que o tu te desorientes nas palpitações e abales para a boca, não controlando cada carácter que se escapa, e quando escapam jamais voltam a entrar, e as outras que permaneceram, permanecem perdidas num sossego silenciado cerebral arrependido..
Causas-nos algo muito forte, a coação arterial, ou seja, as sentenças prematuras. Ao longo do tempo, refletindo bem nessas sentenças chegamos á conclusão que se tivéssemos tirado 5 minutos ao nosso relógio tínhamos chegado á hora certa.
O coração abala muito á verdade para não ferir, já o miolo lançasse de cachimónia com a alucinação de saber nadar.


Eu? Deixo o coração falar e a cabeça pensar, mas cada um no seu lugar.



Um livro não é um monte de folhas que serve para embelezar as sebes do sótão que previamente preenchidas por pó.


Um livro é um portal para as nuvens, para uma dimensão olvidada e inexistente onde os seres pairam e respiram por entre as folhas que brandamente caiem das árvores e se recostam paulatinamente junta á ténue lua.


A cada livro, cada palavra dá-nos uma nova identidade, uma nova missão de vida, uma explicação para todos os livros serem distintos e todas as capas idênticas. É como se cozêssemos uma linha artéria, daquelas mesmo chegadinhas ao palpitante, á historia que estamos a ler. Por momentos, nós sentimos, nós respiramos, nós residimos dentro das emoções que gota-a-gota se espalham por detrás das tenras palavras esquecidas dentro de um áspero objeto que a maior parte acha inútil, uma perda de tempo.


É uma perda de tempo dar-mos asas á mente e raízes ao coração? É uma perda de tempo navegar por entre as tempestuosas marés sem sair dos escaldantes lençóis acabadinhos de aconchegar? Será que é uma perda de tempo darmos tempo a um bom livro?


Uma perda de tempo é permanecermos a olhar para elas a ganhar pó e não a desgastar-lhes as folhas.


Imperfeitamente consigo parar de escutar a sua ténue voz presa no meu núcleo, é como se Ele povoasse eternamente dentro do meu sangue.
Tenho saudades daqueles mélicos e pedregosos beijos que Ele me rapinava todas as noites por entre o receio de sermos apanhados, do calor que escapava de cada vez que os nossos lábios se abraçavam apaixonadamente, esse calor amornava a minha alma perdida por dentro das nuvens da saudade, do seu cabelo esboçado de sonhos encaracolados negros e puros, mas o coração derrubava qualquer aparência o seu único jeito de ser puxava o meu silente e terno coração com corrente de aço infrangível para junto do seu.
Possuíamos tanta cumplicidade como uma praia tem de incontáveis grãos de areia, entravamos na mente um do outro sem mero esforço, comunicávamos por uma simples tocadela, um brando olhar e até por um cálido mar de beijos.
A distância jamais se ocultou, desde o fim até ao início, mas o verdadeiro amor sobrevive ás mais hirtas tempestuosas marés, mas o nosso afogou-se nesses pesados e inquebráveis quilómetros que separam o nosso toque. Mas isso não significa que esteja inanimado, está apenas “adormecido”.



Era tão pequena e frágil, quase intocável. Como fazia estes doces cabelos dançar ao som de uma simples palpitação.
Por vezes é bom por a pata na poça num dia de sol e sentir a água entrelaçar-se entre os dedos. É a errar que aprendemos a distinguir o bem do mal e nenhum ser humano é imune ao erro. Mais tarde ou mais cedo cada um de nós vai errar, e o valor a pagar por esses erros, por vezes é excessivo. Todavia só os fortes é que são capazes de assumir o facto de terem errado e cumprir com a punição estipulada. Mas por vezes essa pena altera-se, e é prolongada, mas isso não significa que os nossos erros não estejam absolvidos.
Dou tudo, para que em cada segundo possa relembrar a textura dos profundos radiosos castanhos olhos da minha mãe e dar um abraço, daqueles que a aperte tanto que faça saltar as suas veias e escorregar o seu coração.
 É difícil descolar-me assim, logo agora que já me tinha habituado a colocar apenas 4 pratos na mesa, a acordar com a música do rádio que a minha mãe liga logo que se prepara para começar a lida doméstica, em todos os jantares ouvir o dia do meu pai e nos atropelar-mos todos a falar, a todos os domingos dar um pulinho a casa da minha avó para a mimar, e ser mimada com o mesmo mimo de sempre, aquele simples bolo xadrez que me conduz aos tempos de
infância, e o claro facto de o meu irmão já se ter acostumado a partilhar o comando comigo. É esta a rotina que eu não trocava nem por todas as pirâmides do Egipto abarrotadas de tabeles de Milka de caramelo.
Desejei biliões de vezes estar a ter um grandioso pesadelo. Fechei e abri os olhos, belisquei-me mais de sete vezes, era mesmo real. A minha nuvem deixou de flutuar e aterrou pés firmes na terra.


Eu que tinha convencido o impossível a tornar-se possível. Tinha mudado tudo, até a cor da minha pele. O meu mundo não se baseia nas aparências mas sim de realidades.
Desço a rua, cumprimento os meus vizinhos, entro no metropolitano, sorrio para a menina que está na bilheteira e digo-lhe ‘’ Bom dia!’’. Preparo o meu psicológico para mais um dia invernoso e débil. No metropolitano é só seres andantes, todos se cumprimentam sobre a pele rugosa macia ao toque, é como se as esticasse todas num abrir e fechar de beijos, nestas manhãs silentes e ruidosas, onde só se ouve uma mistura de vozes dóceis, é algo tão necessário como o café quentinho a escorregar pela garganta gelada. No despertar da manhã todos esticam o braço, todos cultivam o músculo da boca e todos ficam mais aptos a enlaçar este novo dia. Os raios de sol incidem suavemente sobre o meu rosto e fazem-no lentamente cintilar como as estrelas que pairam ténues entre as esbranquiçadas leves nuvens , imóveis, tão encolhidas e brilhantes que quase que me apetece pular sobre a lua até chegar ao céu e desapegar uma. Podia também escalar pelas gotinhas que agilmente escapam do céu, mas isso implicaria conceder uma dança ao vento com os meus cabelos. De regresso a casa, opto por ir de comboio. Mal arranca, todos fecham os olhos e cobrem-se. Parecem mortos embalados dentro de caixão abandonado ao sabor das marés. Eles entregam-se completamente a esse espírito de sono profundo, mas rapidamente algo os puxa de novo á vida. Todos se conhecem, e todos se unem por uma soneca pacífica ao sonido das linhas por onde o comboio escorrega, e deixam que as suas raízes se enraízem no áspero e pedregoso chão da terra com a assistência de uma moça lágrima saudosa triste  e amarga.


 O Facebook é uma “ cusquisse” supersónica, em que um estado publicado pela pessoa n da família X é lido pela rua Y e espalhado à escala Z. No momento em que a pessoa N percebe que está na boca do mundo, irrita-se e, em tom arrogante, diz que ‘’a sua vida só a ela diz respeito’’.Não são amigos com cabeça de monitor, braços de rato enteclado, ouvidos de colunas e coração de torre, que vão substituir um chi-coração da última fornada.Pessoas que conhecemos nas redes sociais, nem sempre são gente. Não sabemos de onde são, quem são, se quem demonstram ser em palavras o são em atitudes, isto é, não sabemos se a água em que navegamos é nítida e transparente.Para mim, as únicas vantagens que as redes sociais têm são podermos manter contacto com quem “ voou’’, facilitar o “comércio doméstico”, ou seja, as pessoas fazem os seus trabalhos e expõem-nos na sua página, tudo com apenas um leve click.As redes sociais são feitas de ilusões, de sentimentos escassos e inexistentes onde só conhecemos a cor dos olhos e não o cheiro do cabelo.O Facebook trouxe de volta a monarquia a Portugal, com uma única lei: Só quem possuir o maior de gostos nas suas fotos e publicações e tiver atingindo o limite máximo de amigos, definido pela rede em questão, fará parte do sangue azul.Não tem lógica mas o pior é que é real.

        

Um emigrante passa a vida num vaivém. 
O emigrante é aquela folha que sempre que desliza para outro ramo atrai olhares secos, desprezistas e invejosos. Olhares que inspeccionam e atravessam por de dentro das linhas e procuram qualquer ponta solta para descriminar, comentar e criticar.
O emigrante é um mix cardíaco, que em cada palpitação sente mil e um sentimentos, alguns eu posso desvendar, a indecisão, a inquietação, o arrependimento, o amor, o coração dividido, e os outros? Preenchem o vazio do coração com memorias perdidas entre as raízes da saudade.
As malas sabem sempre o seu destino quando alguém lhes aquece a ponta e puxa, mas por vezes o dinheiro encolhe as asas. 
Emigrante é aquele que se pudesse escolher, escolheria sem dúvida o país que lhe dá amor, e não o que lhe paga as contas. Mas são escolhas deste género que fazem a diferença, aliás toda a diferença. 
Afinal ele não passa a vida num vaivém, ele é mesmo um vaivém.


Tu, a palavra que faz os meus ouvidos dançar ao som de uma melodia lenta e suave. Mas a tua pele rugosa, macia ao meu toque, é como se a esticasse num abrir e fechar de beijos.
A luz espalha-se, invade o meu espaço, salpica-se sobre a pureza dos meus lençóis enrolados na minha ruidosa cama por onde escaparam tantas fugas de beijos encandeadas de verdadeiro amor.
O sabor instalava-se para além dos lábios, o cheiro permanecia inteiramente em mim, e o sentimento entrava diretamente por entre aquelas palpitações atropeladas que se faziam sentir bem dentro de mim.
O meu coração grita lágrimas por todos os poros das artérias, mas eu continuo flutuando no imenso de uma vazia parede branca, ouvindo suavemente o barulho das ondas a acariciar cada grãozinho de areia.
A almofada recosta-se sobre mim, aconchega cada pesada pena sua, fecha as pontinhas e voa para as estrelas que pairam ténues sobre o céu cintilante, enquanto eu permaneço aqui a desejar que esta noite jamais tenha fim