Trânsito matinal

A maré enche e esvazia, as ondas sobem e descem a praia, os grãos de areia limitam-se a rebolar sobre esta imensidão de gotas de mar.


O coração é fácil de encher de amor, mas quando toca á dor.. Não reage, paralisa no meio do trânsito matinal que Lisboa oferece em cada manhã, e fica por ali, sangrando de saudade, escorrendo lágrimas pela sua linhagem de glóbulos vermelho-brancos e deixa o tempo escoar, os carros a buzinar e o coração a apertar. Adormece perdido no vazio das buzinas, empurrado de pneus deslizantes e acorda de sobressalto quase de atropelão por um camião no qual os fortes são bem cientes e cintilantes quase que cega como a lua num dia pálido. Num impulso pressiona o acelerador com a mesma força que vira o volante, e o camião passa, impressionantemente sem causar nenhuma sequela.
Apertado, esmagado, enfraquecido esse amor quase que por segundos ocultar-se, mas quando tu menos aguardares e planeares ele acordara fogosamente, e nesse momento tens duas escolhas:
 1ª Apagas-o fortemente com a frieza pura de uma água salgada e gelada.
2ª Agarras-o, e usufruis como se o hoje não fosse assegurado e o amanhã não existisse.
Não garanto que obtenhas uma decisão, não te garanto que possas ser feliz, não te garanto que não sofras mais, não te garanto que esse amor seja imortal, apenas garanto que:





Afinal de contas, tudo se resume ao AMOR.

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