Fuga de Beijos



Imperfeitamente consigo parar de escutar a sua ténue voz presa no meu núcleo, é como se Ele povoasse eternamente dentro do meu sangue.
Tenho saudades daqueles mélicos e pedregosos beijos que Ele me rapinava todas as noites por entre o receio de sermos apanhados, do calor que escapava de cada vez que os nossos lábios se abraçavam apaixonadamente, esse calor amornava a minha alma perdida por dentro das nuvens da saudade, do seu cabelo esboçado de sonhos encaracolados negros e puros, mas o coração derrubava qualquer aparência o seu único jeito de ser puxava o meu silente e terno coração com corrente de aço infrangível para junto do seu.
Possuíamos tanta cumplicidade como uma praia tem de incontáveis grãos de areia, entravamos na mente um do outro sem mero esforço, comunicávamos por uma simples tocadela, um brando olhar e até por um cálido mar de beijos.
A distância jamais se ocultou, desde o fim até ao início, mas o verdadeiro amor sobrevive ás mais hirtas tempestuosas marés, mas o nosso afogou-se nesses pesados e inquebráveis quilómetros que separam o nosso toque. Mas isso não significa que esteja inanimado, está apenas “adormecido”.



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