São poucos os momentos,
se não raros, em que não permanecesse constantemente com uma voz dentro da
minha cabeça a proferir ‘’a minha mãe tinha razão‘’ ou ‘’ bem a minha mãe me
avisou’’ de todas as vezes em que eu fiz algo que a minha mãe não autoriza-se. E
quando dizem ‘’ não ‘’ e nós
perguntamos ‘’ oh mãe, mas porquê?’’
e vem sempre a resposta típica do ‘’
porque não!’’. Mas esse típico porque não, não é só um porque não, vem
sempre cheio de argumentos veridicamente fiáveis e indiscutíveis mas
negociáveis.
É impossível explicar, é
impossível determinar em que circunstâncias adquiriram este dom inquestionável
da razão e de examinar o nosso futuro, não sei como, mas a verdade é que as
mães o tem.
Parece que as mães pressentem
continuamente tudo da nossa vida sem sequer nós lhes transmitirmos algo, basta ficarmos
um dia mais ternurentos e a doar mais carícias que o habitual que percebem logo
que algo de favorável aconteceu ou sofisticadamente vamos persuadi-las. Mas seguidamente
igualmente há aqueles dias em que vamos direitos ao quarto e nem um beijinho
lhes damos, não nos apetece lanchar, e proferimos ‘’ poupa-me mãe’’ como alguém bem pegado a mim declara.
E nesses momentos elas
sabem constantemente o que é que nós carecemos. Por exemplo daquela fatia generosa
de bolo de chocolate que nos faz abandonar a dieta por uma demorada fatia recheada
daquela fragrância açucarada. Ou daquele diálogo que leva infindavelmente com a
idêntica resposta ‘’ não se passa nada’’ contudo as mães sabem que se passa
tudo, e lá nos fazem falar mesmo sem nós darmos conta. Ou daquela melodia que
nos faz erguer da cama e dançar até magoar a pontinha do dedo. Ou daquele
conselho que por mais breve que seja é sempre demorado o suficiente para nos
deixar a remoer durante noites a fio.
As mães tem sentidos que
nós só vamos descobrir se lá chegarmos, pois ser mãe é profundamente mais que transferir
ao mundo. E mãe não é só aquela que nos suporta 9 meses.
Mãe é toda a Grande Mulher que nos ama como se nos
tivesse dado à luz, que era hábil de desviver por nós, que confeciona de tudo praticável
e imaginário para que jamais nos falte algo. Mãe é aquela com quem pode estar
tudo a correr mal, mas guerreiramente vai estar de pé e a batalhar para que
tudo permaneça bem.
Ser mãe é ter aquele
pressentimento de que algo correu mal, é ter aquele receio de nos perder ou que
nos possa ocorrer qualquer coisa, é ver-nos sempre como se tivéssemos 5 anos,
porque as mães só nos querem defender de tudo e de todos, jamais tencionam ver-nos
a cometer idênticos erros que os delas e tentam-nos orientar. Ser mãe é ter constantemente
o coração apertado e nas mãos sempre que estás longe dela. Ser mãe é ligar 30
vezes por dia e dizer ’’ estás bem? ‘‘. Ser mãe é abundantemente mais que dar o
‘’ sim ‘’ para saíres à noite. Ser mãe é ter permanentemente aquela coisinha
quando trazes um amigo novo, ou um namorado, porque tu és a coisa mais magnífica
deste mundo e ela não te quer esbanjar ou soltar em mãos que não crê. Para uma
mãe, tu não és o melhor do seu mundo, és o mundo dela. Ser mãe é ser aquela voz que nos consola com um simples '' estou aqui, vai tudo correr bem''.
Ser mãe é passar noites
em branco a cuidar do seu filho. Ser mãe é a meio da noite despertar e cobrir-nos
nas noites gélidas de inverno. Ser mãe é oferecer-te o melhor dela, sem nunca
pedir nada em troca. Ser mãe é ser muito mais para além daquilo que eu descrevi
aqui.
As mães são as únicas que
quando tudo correr erradamente, nunca nos vão desamparar, porque mãe é imensamente
mais para além disso, mãe é estar lá sempre lá mesmo quando nos menos merecíamos.
E só uma mãe sabe o que é ser mãe, e um dia espero saber isso.
E eu agradeço-te a ti,
mãe por tudo o que fizeste por mim, por teres lutado pela tua vida, por ti e
por nós.
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